Páginas

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O retrato pictórico


O retrato pictórico é um gênero da pintura, com o objetivo de representar a aparência visual do sujeito, em geral um ser humano, quando o artista se retrata a si mesmo trata-se de um autorretrato. Este é um resultado dos alunos do 8º ano A e B, que experimentaram a pintura sobre papel, estudamos alguns pintores do período modernista como referencia nas atividades.


Paulo Cezar Simão
Professor do Ensino de Arte


sábado, 12 de outubro de 2013

Desenho abstrato

Você já pensou em desenhar um "Nada"? Isso diz respeito a desenho abstrato, desenhar com inspiração artística sem nenhuma intenção específica em mente, mas movido totalmente pelo espírito criativo. Difícil de estabelecer o que o nada deva ser – mas é certamente possível oferecer algumas informações sobre como realizar essa experiência.
A arte abstrata ou abstracionismo é geralmente entendido como uma forma de arte (especialmente nas artes visuais) que não representa objetos próprios da nossa realidade concreta exterior. Ao invés disso, usa as relações formais entre cores, linhas e superfícies para compor a realidade da obra, de uma maneira "não representacional". Surge a partir das experiências das vanguardas europeias. A expressão também pode ser usada para se referir especificamente à arte produzida no início do século XX por determinados movimentos e escolas que genericamente encaixam-se na arte moderna.

Este painel é um fragmento dos resultados de experimentação da turma do 7ª ano B, de desenho abstrato, aplicando tratamento gráfico com linhas e pintura a lápis de cor e giz de cera.

Professor: Paulo Cezar Simão/Ensino de Arte

Releitura de imagem

Assim como existem diversas interpretações de uma obra de arte, existem diversas possibilidades de releituras dessa obra. Uma boa releitura irá depender de uma boa compreensão na leitura da obra.

Exercício de releitura de retrato da turma 9º ano A.



Professor: Paulo Cezar Simão
Ensino de Arte

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Texto para as turmas do 9º ano A e B / Ensino de Arte


CULTURA MARAJOARA - HISTÓRIA E ICONOGRAFIA
Denise Pahl Schaan

            A cultura Marajoara formou-se a partir de pequenos assentamentos de grupos horticultores estabelecidos no centro da Ilha de Marajó, a oeste do Lago Arari, expandindo-se cultural e demograficamente para o norte e leste da Ilha. O domínio dessa cultura, que teve início a partir do século V d.C., não se deu pela imposição demográfica de uma única etnia, mas provavelmente pela articulação entre as chefias de diversos aldeamentos já existentes em função de estratégias e objetivos políticos e econômicos comuns. Esses povos utilizavam possivelmente uma agricultura intensiva, complementada pela caça, pesca e coleta de frutos e plantas silvestres. A cultura Marajoara importava de regiões distantes implementos de basalto e diorite para trabalhar a terra e a madeira, adornos de pedra como a nefrite (as famosas pedras verdes) e possivelmente outros produtos que pereceram.
            Assim como no restante da Bacia Amazônica, nesse período de mil anos que precedeu a chegada dos europeus desenvolveu-se um intenso comércio inter-regional, que permitiu o desenvolvimento econômico e o crescimento demográfico de pequenas aldeias e conferiu maior poder político às lideranças envolvidas com as redes de troca.
            Uma grande área circular de 20.000 km2, na região dos campos, tendo como centro o Lago Arari, foi ocupada por essa cultura, que é identificada arqueologicamente pela construção de monumentais aterros e pela confecção de uma elaborada cerâmica cerimonial. Festas e rituais funerários mostram a estreita integração regional que havia entre os diversos grupos sociais dentro da Ilha e a necessidade de articulação dessa unidade por meio da celebração ritual.     Quando morriam, os chefes e membros das famílias de prestígio tinham seus ossos descarnificados, desarticulados, pintados e dispostos em urnas funerárias ricamente decoradas, cercadas de oferendas e objetos de uso pessoal. Em alguns períodos utilizaram também a cremação. Essas cerimônias eram realizadas nos aterros principais, onde as urnas, com tampas e outros objetos eram enterradas cuidadosamente.
            Próximos a esses aterros, numerosos e menores outros aterros eram utilizados para habitação e para as atividades domésticas. Além de prevenirem contra as inundações, essas plataformas artificiais tinham também função defensiva. Especialistas da cultura Marajoara produziram uma infinidade de utensílios cerâmicos decorados mostrando alto domínio da técnica de tratamento e modelagem do barro, do trabalho de entalhe, do manejo de tintas e uma habilidade especial na feitura de desenhos étnicos e mitológicos em
diversas técnicas.
            Pratos rasos e com pedestais, tigelas, vasos, alguidares, torradores de mandioca, bilhas, banquinhos para os chefes e estatuetas foram decorados com as técnicas de incisão, excisão, pintura e modelagem de figuras humanas e animais. As estatuetas antropomorfas, chocalhos, e uma infinidade de formas exóticas, assim como a fabricação de utensílios dedicados à ingestão de drogas alucinógenas mostram a diversidade de objetos envolvidos nas cerimônias e sugerem que um papel importante era desempenhado por pajés nos cultos rituais.
            Na cerâmica encontram-se representados animais da fauna Amazônica como a jararaca, o jacaré, o escorpião, a tartaruga, o urubu-rei e outras aves, a anta, o macaco da noite e a onça, entre outros. É comum encontrarmos uma representação híbrida de homem e animal, o que possivelmente representa uma entidade mitológica, pertencente ao mundo sobrenatural. Em urnas
antropomorfas geralmente está representada a mulher, associada com representações de animais como escorpiões, aves e serpentes. A mulher também está representada em estatuetas falomorfas, que possuem o corpo decorado com grafismos que representam algumas vezes serpentes.
            Nesses grafismos, que aparecem em todos os tipos de objetos cerâmicos, podemos identificar a existência de estilizações de partes de animais e faces humanas. Esses desenhos ocupam quase toda a superfície das vasilhas e pode-se perceber que há uma combinação lógica entre o desenho, a técnica utilizada para a decoração da superfície e o formato básico da peça. Além da representação de figuras mitológicas e de idéias que conformam uma maneira culturalmente determinada de perceber o mundo exterior, é possível que na cerâmica estejam representadas também símbolos relativos à inserção social do usuário ou proprietário do objeto - como linhagens ou posições sociais.
            Além da cerâmica, os povos Marajoaras fabricavam e usavam tecidos, plumária, adornos auriculares e labiais e provavelmente a pintura corporal. Uma marca distintiva de seu vestuário são as tangas de cerâmica, modeladas de acordo com o corpo da usuária, algumas simples, somente com engobo vermelho e outras finamente decoradas para as ocasiões especiais.
            Os desenhos nas tangas, por exemplo, podem ser emblemas clânicos que denotavam posições de prestígio social. O desenvolvimento dessa sociedade através de pelo menos mil anos de sua história, ocupando uma região tão extensa e alcançando uma população que pode ter chegado a 100 mil habitantes, nos indica um nível de complexidade sócio-cultural antes desconhecido para a Ilha.
            Pensamos que o desaparecimento da sociedade Marajoara não se deu de forma repentina, mas foi o resultado de um longo processo onde às rivalidades com os Aruãs ao norte se somaram as novas demandas ocasionadas pela presença dos europeus na Foz do Rio Amazonas. A necessidade de reorganização econômica, social e política das comunidades Marajoaras, aliadas à necessidade de defesa do território levaram ao seu desmembramento político e à perda progressiva de sua identidade cultural.

Texto publicado no livro Arte da Terra – Resgate da Cultura Material e Iconográfica do Pará. Arte Rupestre e Cerâmica na Amazônia pp. 22-33. Edição SEBRAE e Museu Paraense Emílio Goeldi.



ENSINO DE ARTE
PROFESSOR: PAULO CEZAR SIMÃO

segunda-feira, 25 de março de 2013

Vídeo turma 8º ano B


Grafite: desenhando a PAZ no contexto escolar


Desenho de Kadimiel (aluno do 1º ano ensino médio)

Arte, uma forma do ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na pintura, no cinema, na dança, entre outras.
Após seu surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um importante espaço na sociedade, haja vista que algumas representações da arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais, como, por exemplo, a música que é capaz de nos fazer felizes quando estamos tristes. Ela funciona como uma distração para certos problemas, um modo de expressar o que sentimos aos diversos grupos da sociedade.
A arte não se restringe a pinturas ou esculturas, também pode ser representada por formas mais populares, como o grafite. Essa forma de arte é praticada em todo o mundo, em diferentes culturas. A estética do grafite é bastante associada ao hip-hop, outra forma de expressão artística que também surgiu nas ruas.
Nesse bimestre abordamos a arte do grafite com as turmas do 8º ano, as aulas seguiram com exercícios práticos de desenho, pintura e colagem, tendo como base alguns tipos de letras usadas no grafite, esse exercício se estendeu para outras turmas que também aderiram a esta proposta de pratica de atividade, já que ela estava inserida na temática desse ano a escola “a paz no universo cepeano”, uma proposta de se trabalhar interdisciplinarmente alguns textos e atividades propostas aos alunos. 
O grafite é uma forma de arte contemporânea de características essencialmente urbanas, são pinturas e desenhos feitos nos muros e paredes, uma forma de expressar ideias ou sentimentos. Qualquer pessoa pode ter uma experiência estética ligada à arte e apreciar a que melhor se encaixa com sua percepção cultural.

 Mural produzido pelos alunos


 Alunos do 8º ano tarde

Ensino de Arte
Professor: Paulo Cezar Simão

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Patrimônio Cultural Imaterial e Material

ENSINO DE ARTES
Professor: Paulo Cezar


A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."

O Patrimônio Imaterial é transmitido de geração em geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana.

O Patrimônio Material com base em legislações específicas é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza nos quatro Livros do Tombo: arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico; belas artes; e das artes aplicadas. Eles estão divididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.

http://portal.iphan.gov.br/portal
em 17/02/2011

Texto 01: Cultura

ENSINO DE ARTES
Professor: Paulo Cezar

"CULTURA"
Darcy Ribeiro


Além dos seres vivos e da matéria cósmica, existem também coisas culturais, muitíssimo mais complicadas. Chama-se cultura tudo o que é feito pelos homens, ou resulta do trabalho deles e de seus pensamentos. Por exemplo, uma cadeira está na cara que é cultural porque foi feita por alguém. Mesmo o banquinho mais vagabundo, que mal se põe em pé, é uma coisa cultural. É cultura, também, porque feita pelos homens, uma galinha. Sem a intervenção humana, que criou os bichos domésticos, as galinhas, as vacas, os porcos, os cabritos, as cabras, não existiriam. Só haveria animais selvagens.
A minhoca criada para produzir humo é cultural, eu compreendo. Mas a lombriga que você tem na barriga é apenas um ser biológico. Ou será ela também um ser cultural? Cultural não é, porque ninguém cria lombrigas. Elas é que se criam e se reproduzem nas suas tripas.
Uma casa qualquer, ainda que material, é claramente um produto cultural, porque é feita pelos homens. A mesma coisa pode-se dizer de um prato de sopa, de um picolé ou de um diário. Mas estas são coisas de cultura material, que se pode ver, medir, pesar.
Há, também, para complicar, as coisas da cultura imaterial, impropriamente chamadas de espiritual - muitíssimo mais complicadas. A fala, por exemplo, que se revela quando a gente conversa, e que existe independentemente de qualquer boca falante, é criação cultural. Aliás, a mais importante. Sem a fala, os homens seriam uns macacos, porque não poderiam se entender uns com os outros, para acumular conhecimentos e mudar o mundo como temos mudado.
A fala está aí, onde existe gente, para qualquer um aprender. Aprende-se, geralmente, a da mãe. Se ela é uma índia, aprende-se a falar a fala dos índios, dos xavantes, por exemplo. Se ela é uma carioca, professora, moradora da Tijuca, a gente aprende aquele português lá dos tijucanos. Mas se você trocar a filhinha da índia pela filha da professora, e criar, bem ali na praça Saens Peña, ela vai crescer como uma menina qualquer, tijucana, dali mesmo. E vice-versa, o mesmo ocorre se a filha da professora for levada para a tribo xavante: ela vai crescer lá, como uma xavantinha perfeita - falando a língua dos xavantes e xavanteando muito bem, sem nem saber que há tijucanos.
Além da fala, temos as crenças, as artes, que são criações culturais, porque inventadas pelos homens e transmitidas uns aos outros através de gerações. Elas se tornam visíveis, se manifestam, através de criações artísticas, ou de ritos e práticas - o batizado, o casamento, a missa -, em que a gente vê os conceitos e as idéias religiosas ou artísticas se realizarem. Essa separação de coisas cósmicas, coisas vivas, coisas culturais, ajuda a gente de alguma forma? Sei não. Se não ajuda, diverte. É melhor que decorar um dicionário, ou aprender datas. Você não acha?



Trecho do livro: "Noções de Coisas". São Paulo, FTD, 1995

Feira da Cultura 2010